Neste instante somos quase setenta milhões os brasileiros ligados à enorme rede e estamos entre os maiores freguêses de web no universo. Segundo procura Ibope Nielsen Online, consumimos em média sessenta e seis horas por mês navegando em alguma das mil plataformas que o mercado não para de elaborar. Apresenta mais de duas horas por dia. Além do nosso tempo, gastamos bem como um agradável dinheiro pra esta finalidade: segundo a Combinação Internacional de Telecomunicações (UIT), a assinatura de serviço de web banda larga agora responde por 9,6% da renda média dos usuários.
Na internet, podemos fazer de um quase tudo: trabalhar, aprender, nos avisar, brincar, namorar, jogar, obter, fechar negócios, tomar conta dos filhos, acompanhar novelas ou o futebol, até transar à distância. Ademais, achava que neste momento havia sites além da medida no mercado e, um a mais ou a menos, não faria a pequeno diferença nesta selva eletrônica. Visto que ele acabou me convencendo, argumentando, além de ofertar um prazeroso salário, que esta era a melhor forma de continuar no jornalismo, que não havia futuro pra nós fora da web.
No início, ainda procurei me disciplinar, reservando horários pra atualizar o web site e fazer a moderação de comentários. Com o passar dos dias, este tempo foi-se alargando gradativamente, sem que eu percebesse. Virou um trabalho online full-time, em que abro o pc antes das 9 da manhã e só fecho depois das nove da noite, em dias normais. “Você está ficando viciado nisto! ”, a família começou a reclamar, com causa. Não adiantava explicar que este é meu serviço, meu ganha pão, o que me permite pagar as contas no término do mês, e não um hobby, um brinquedo eletrônico como acontece com muita gente que não sai do computador.
No último feriadão, ao longo do retiro espiritual anual com os meus Grupos de Oração num hotel-fazenda no interior de São Paulo, dei-me conta do estágio a que havia chegado. O conteúdo do encontro era “Alegria e Silêncio”, entretanto eu continuava na mesma rotina como se não tivesse saído do meu escritório.
”, cansaram de me solicitar os amigos e os netos toda vez que me viam trabalhando. Era como se eu fosse um ET num recinto dominado pela meditação, a espiritualidade, o transcendente, por alguns dias deixando as pessoas distante do mundo externo e dos seus compromissos. Ninguém queria saber das notícias que não paravam de ser produzidas em qualquer lugar lá fora.
E para mim era árduo me concentrar nos textos bíblicos e nas reflexões levantadas pelos companheiros orantes. Dava a impressão de vivermos em 2 mundos diferentes. Prometi aos colegas que não levarei mais o notebook nos nossos próximos retiros. Eles tinham toda desculpa ao me repreender, e aproveito pra agradecer a todos. Lembrei-me do conhecido Zélio Alves Pinto, o enorme cartunista e artista plástico, também associado dos Grupos de Oração, porém que não estava nesse retiro. Ele passava o dia construindo tuas obras no ateliê instalado nos fundos da tua residência.
“O senhor nunca vai trabalhar como os pais dos meus colegas, que saem de manhã e voltam à noite? Fica só aí desenhando o dia inteiro? Como acontece com meus netos, Zélio assim como teve dificuldades para esclarecer a Fernando que aquele era teu trabalho. No entanto ainda bem que não estou sozinho nesta guerra, dividido entre o trabalho na internet, a família e os amigos, sem tratar nos outros compromissos profissionais (reportagens para a revista Brasileiros, palestras, consultorias).
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